Espero que todos tenham exercido com muita consciência seu
dever cívico hoje e escolhido os melhores candidatos para governar seus
respectivos estados e o Brasil. Durante estas eleições, na verdade já faz algum
tempo que isso me chama atenção, notei a quantidade enorme de partidos
políticos que existem. São tantos partidos, que acredito que a grande maioria
dos eleitores, este que vos fala incluído, não conhece todos os que estão
pedindo nossos votos nas ruas, na TV ou na internet.
E qual a consequência de tantos partidos políticos? Acredito
que mais gastos públicos e confusão na cabeça do eleitor. Cada partido criado e
registrado oficialmente tem direito a receber dinheiro do fundo partidário
(dinheiro do orçamento da União), além de ocupar espaço no horário político da
TV e rádio. Ademais, como um governo (seja estadual ou federal) para administrar precisa de força no legislativo e aliança com outros partidos, pode acontecer
que para ganhar este apoio, o governo tenha que negociar com alguns partidos. Então, neste caso, o partido para dar sustentação política ao governo
(incluindo tempo no horário político), poderia receber cargos no poder em troca. Como o
número de partidos não para de crescer, poderia ser necessária a criação de mais cargos
para garantir a governabilidade e agradar todos os aliados (por exemplo, se
isso acontecesse no âmbito federal, a criação de ministérios. No âmbito
estadual ou municipal, a criação de secretarias). Isso tudo aumentando bastante
os gastos públicos.
Além disso, a quantidade exagerada de partidos existentes
cria confusão na cabeça dos eleitores, uma vez que ninguém consegue conhecer
todos os partidos e candidatos. E pior, acaba conhecendo mal todos candidatos,
pois o excesso de políticos pleiteando cargos eletivos dificulta o debate e
divulgação das propostas de todos, atrapalhando o melhor conhecimento, por parte
do eleitor, das ideias e propostas de candidatos que realmente disputam o cargo.
O melhor seria existir não muito mais que cinco partidos,
sem que fosse permitido formar aliança nas eleições (só depois para governar) e
cada um tivesse que lançar seus próprios candidatos. Hoje em dia a confusão é
tanta, que o eleitor não gosta de certo partido (que é adversário do seu
partido preferido no âmbito nacional) e acaba elegendo, sem querer, deputados
deste partido que não gosta, já que esta sigla pode ser, na esfera estadual, da mesma
coligação do partido que o eleitor compartilha ideologias. Portanto,
deveria ser simplificado ao máximo o sistema, com poucos partidos e sem
coligações e alianças para eleição. Assim, o eleitor teria certeza em que
ideologia estaria votando e também acabaria com um eventual “toma lá dá cá” em
que algum partido dá seu tempo na televisão (fazendo parte da coligação) em
troca de cargos no poder.
Lembrando que nos Estados Unidos, existem somente dois
partidos que disputam realmente as eleições e se alternam no poder (republicanos e
democratas) e funciona, sendo muito mais simples para o eleitor de lá, entender
em que ideias está votando. Não acho que o Brasil deveria seguir este modelo bipartidário,
mas deveria diminuir drasticamente o número de partidos existentes e acabar com
essa festa de novas siglas que não param de nascer. De cinco a dez partidos
seriam mais que suficientes para representar todas as principais tendências
ideológicas de nosso país, diminuindo bastante os gastos públicos e eventuais
negociações (propinas, loteamento de cargos, etc.) para garantir a
governabilidade.
Lengendas, são 28.
ResponderExcluirPartidos? Aí seria necessário fazermos uma discussão conceitual sobre o termo.
Um abraço.