Até 1889 o Brasil era uma Monarquia e tinha como imperador, nesta última fase, Dom Pedro II. Com o tempo e com mais força a partir de 1870 (com o estímulo de uma crise econômica
gerada pelos gastos na Guerra do Paraguai), a Monarquia foi ficando cada vez mais desprestigiada. Se por um lado a população respeitava e gostava de Dom Pedro
II, por outro já não queria mais o império e temia que quando o imperador
morresse e sua herdeira, Princesa Isabel, assumisse o trono, o Brasil fosse
governado de fato por um estrangeiro, seu marido, Conde d’Eu, que era Francês. Impulsionado pela crise, pelo temor de ser governado por um estrangeiro e por outras questões, este sentimento contra a Monarquia foi crescendo cada vez mais e ganhando força
em importantes segmentos sociais ano após ano.
No começo, a república era o sonho de somente alguns
progressistas, que acreditavam que o Brasil não poderia se desenvolver com uma
monarquia que permitia um governo de castas, somente com nobres no poder,
algumas vezes sem muita competência. Após a Guerra do Paraguai, os militares
começaram a se aproximar das ideias republicanas, pois ganharam importância muito grande
como instituição, cresceram em prestigio com a população e tamanho com a
guerra, mas continuavam sem prestigio entre os nobres que os
comandava e se sentiam perseguidos por eles, sem voz no governo, mesmo nas questões referentes a defesa do território nacional.
Após a “questão religiosa” (prisão de dois bispos por
cumprirem uma ordem do Papa não ratificada pelo imperador), uma parcela dos
conservadores, a mais ligada a Igreja, também se afastou do governo, sobrando,
como aliada do império, ainda uma parte da elite econômica e política do país,
que era, em sua maioria, conservadora e dona de grandes latifúndios. No entanto,
esses grandes fazendeiros não gostaram nada da abolição da escravatura em 1888
e de não serem indenizados por isso, se voltando também contra o governo e
criando o clima propício para o fim da Monarquia, já desprestigiada entre progressistas, militares, religiosos e até entre muitos latifundiários.
Em 1889, alguns contam que o Marechal Deodoro da
Fonseca se preparava para tentar tirar do Gabinete Ministerial (uma espécie de
primeiro-ministro) o Visconde de Ouro Preto, a quem acusava de perseguir os
militares. No entanto, muitos republicanos viram nisso uma chance para o fim da Monarquia e a Proclamação da República e convenceram o Marechal a tomar parte na
revolução. Muitos dizem que, para convencer o Marechal, os republicanos
espalharam boatos de que Deodoro tinha sua prisão decretada pelo império e que
um de seus inimigos iria assumir o governo se o Visconde de Ouro Preto fosse
derrubado. Em razão dos boatos ou não, o Marechal Deodoro assumiu a causa
republicana e na madrugada do dia 15 de novembro de 1889, na Praça
da Aclamação (atual Praça da República) no Rio de Janeiro, proclamou a
República, que foi oficializada, mais tarde no mesmo dia, na Câmara Municipal
do Rio de Janeiro. Com a República instalada, o Marechal Deodoro da Fonseca tornou-se o primeiro presidente do Brasil.
Ótima postagem.
ResponderExcluirAbraços,
Andreia
A falta de confiança é algo inacreditável. O Visconde de Ouro Preto esteve no governo entre 1866 a 1868, 1879 a 1880, 1889. De repente torna-na o pivô da proclamação da República, perdeu o crédito e uma "suposta" mentira acaba por tornar o processo mais rápido.
ResponderExcluirEm política é mesmo assim hoje no topo, amanhã abaixo do primeiro degrau da escada, ainda bem em alguns casos.
O Marechal Deodoro teria dito que os grandes responsáveis pela Proclamação da República foram o Conde d'Eu e o Visconde de Ouro Preto.
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