Muita gente critica o programa bolsa família do governo
federal, repetindo o antigo ditado que diz: “não se deve dar o peixe, mas sim
ensinar a pescar”. Mas como evitar que a pessoa morra de fome enquanto aprende
a pescar? Ou como aprender a pescar morrendo de fome? O certo seria dar o peixe
e ensinar a pescar. Mas é neste ponto que está o maior erro do bolsa família.
O programa do bolsa família não é ruim em si, muito pelo
contário. É inadmissível que uma sociedade deixe alguns de seus membros na mais
absoluta miséria, passando fome e as mais terríveis necessidades. Portanto,
prover a subsistência dos mais necessitados é dever de todos e é realizado no
Brasil através do bolsa família. O problema é que este seria apenas o primeiro
passo que deveria ser tomado. Voltando ao antigo ditado lá de cima, o certo é
dar o peixe e ensinar a pescar. Mas o bolsa família somente dá o peixe.
E isso cria uma situação muito ruim, que é a total
dependência dos mais necessitados com o Estado. O que deveria ser feito? Após o
primeiro passo que é garantir a subsistência dos mais necessitados, o governo
deveria garantir a inserção deles na sociedade, através de melhor qualificação
e colocação no mercado de trabalho, tornando o necessitado parte útil da
sociedade e independente do Estado. Mas, ao contrário do programa bolsa família
que está sendo muito bem realizado como primeira fase, não há um programa de
porte semelhante para ensinar o bolsista a pescar.
O bolsa família deveria ser acompanhado de algum tipo de
qualificação profissional ou inserção ao mercado de trabalho. O governo deveria
subsidiar negócios ou incentivar negócios que pudessem absorver (ou qualificar
e absorver) os beneficiados do bolsa família em idade ativa. E existem mil e
uma formas de fazer isso, mas será que interessa aos nossos políticos? Uma vez
empregado e ganhando seu próprio dinheiro, o individuo fica independente, não
precisa mais do Estado para sobreviver. E isso pode significar perda de votos
para alguns políticos dos mais variados partidos.
Em suma, o bolsa família é sim um bom programa, dá ao mais
necessitado, ao mais miserável, a possibilidade de sobrevivência com um mínimo
de dignidade. Mas, ao mesmo tempo, o bolsa família é incompleto, pois deveria
ser o primeiro passo para re-inserção de milhares ao mercado de trabalho e à
sociedade, e não está sendo. Não existe um programa governamental (pelo menos do porte
do bolsa família) trabalhando neste sentido, buscando a segunda fase (inserção e independência do bolsista), o que é uma lástima.
Olá Pense,
ResponderExcluirUma lástima mesmo é perceber que as pessoas pouco sabem realmente no que se constitui o Bolsa Família e os programas complementares de capacitação e inserção no mercado de trabalho, no campo e na cidade.
Uma pena.
Só para ilustrar...
O Plano Brasil Sem Miséria (BSM), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), dispõe de um conjunto
de programas – entre eles o BF, e ações de incremento da formação técnica e profissional das pessoas em situação de vulnerabilidade social que estejam inscritas ou em processo de inclusão no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
-Pronatec
Uma dessas iniciativas é a parceria com o Ministério da Educação (MEC)
no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), criado pela Lei nº 12.513/ 2011. Essa parceria prévê a oferta gratuita de cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) ou qualificação profissional, por meio da Bolsa-Formação Trabalhador, para pessoas inscritas ou em processo de inclusão no CadÚnico, com prioridade para os beneficiários do programa Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
-Bolsa Família
-Desde que foi criado em 2011, 75,4% dos beneficiados deixaram voluntariamente o programa e estão trabalhando Ou seja: não conseguiam trabalhar porque nem o dinheiro da passagem para procurar trabalho, tinha.
-Inclusão Produtiva
Ao lado da garantia de renda e do acesso a serviços públicos, a inclusão produtiva representa um dos três eixos que compõem o Plano Brasil Sem Miséria.
Esse eixo tem como objetivo propiciar o acesso da população em extrema pobreza a oportunidades de ocupação e renda e apresenta estratégias diferenciadas para o meio urbano e o rural. O estímulo ao aumento da produção no campo e a geração de ocupação e de renda na cidade.
-ONU, FAO e alguns países da Europa estão copiando o BF e seus complementos para os países membros que necessitam resolver este problema.
-Para saber mais, o site do MDS.
Um abraço.
Como dito no texto, o bolsa família é necessário e parece que está sendo bem realizado. Mas é necessário aumentar outros programas de inclusão e reinserção no mercado de trabalho (que existem, mas são menores do que deveriam ser). O primeiro passo para o sucesso do bolsa família é colocar quem precisa nele (isto está sendo feito), mas o sucesso do programa é a pessoa sair dele, pois não precisa mais da ajuda desta renda.
ExcluirExcelente comentário sobre o Programa Bolsa Família, porém eu vou mais longe. A falta de supervisão e a correta forma de cadastrar as famílias realmente carentes faz com que o programa seja uma verdadeira furada. Famílias inteiras que vivem na rua das grandes cidades são aqueles que não são beneficiados e sim são excluídos, até porque eles não tem direito a voto por serem considerados indigentes. Ora então para que serve o bolsa família? Sim apenas para manipular o povo que acredita que viver com menos de R$ 100,00 os fará sair da miséria.
ResponderExcluirIsso na verdade é o que o governo quer que as pessoas mais ignorantes do país acreditem, mas não conseguem perceber que esta atitude de viver sob as custas do governo só os fazem mais miseráveis e menos capazes de trabalhar, gerando assim uma massa de pessoas que não gostam de trabalhar mas adoram viver as custas do governo sendo escravizadas pelas promessas de que terão uma vida digna.
Quanto mais socialista um governo se diz ser mais manipulador ele será com aqueles que acreditam que estão sendo benfíciados com algo