Na fábula da cigarra e da formiga, esta última trabalha o
verão inteiro abastecendo suas reservas para passar o inverno com
tranquilidade (junta patrimônio para ter renda passiva). Enquanto isso, a cigarra canta, dança e se diverte sem se
preocupar com o amanhã.
Em um belo dia de verão, as duas se encontram e a
cigarra fala para formiga se divertir um pouco, que o inverno está muito longe
e não há necessidade de guardar nada, pois há comida em abundância.
A formiga
ouve sua colega falar, mas não concorda e continua seu trabalho incansável de
juntar comida e abastecer sua casa. O tempo passa, o inverno chega e a formiga
passa sem qualquer dificuldade por ele, enquanto a cigarra sofre com a fome e o
frio.
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Na vida real também temos cigarras e formigas, muito mais
cigarras que formigas. A grande diferença é que no mundo real, além de dançar e
se divertir, as cigarras trabalham (e muito!), mas, como na fábula, não guardam
nada para o inverno (desemprego e aposentadoria).
A cigarra brasileira não
pensa muito no futuro, consome (e até se endivida muito para consumir mais) sem
se preocupar em abastecer suas reservas para o inverno (ter patrimônio ou renda para esse período). Quando este chega, a
cigarra se desespera e é obrigada a baixar bastante seu padrão de vida e, às
vezes, passar por necessidade.
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Enquanto a cigarra só gasta, a formiga brasileira poupa tudo
o que pode, e mês após mês, ano após ano, constrói um patrimônio que lhe dará uma renda passiva e tranquilidade durante o inverno. Ou seja, se a formiga perder o emprego, pode
passar por esse período de dificuldade com certa tranquilidade, pois tem o
suficiente para sobreviver à passagem do inverno.
E quando se aposenta, a
formiga costuma ter um padrão de vida mais alto do que tinha na atividade, uma
vez que, além da aposentadoria, conta com a renda passiva gerada pelo patrimônio acumulado
durante toda uma vida. E, com isso, pode aproveitar esta etapa da vida sem sobressaltos.
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No Brasil, é importante lembrar, a renda do trabalhador
costuma cair, às vezes muito, quando ele se aposenta. Isto acontece porque a
previdência social é deficitária e tende a ficar cada vez mais deficitária com
o envelhecimento da população. Então, para esta previdência continuar provendo
a todos, muitas vezes é necessário aumentar a arrecadação (aumentando a idade
para se aposentar, por exemplo) ou diminuir os custos (diminuindo o valor real do benefício,
por exemplo).
Desta maneira, a cigarra brasileira tende a ter uma queda no seu
padrão de vida ao se aposentar, pois só conta com o benefício previdenciário como renda. Muitas vezes, ela tem até que continuar trabalhando para manter seu
padrão de vida até morrer.
Portanto, é muito importante fazer como a formiga da
fábula e juntar reservas, construir um patrimônio e ter renda passiva para quando o inverno chegar.
Este pode até tardar, mas chega e pode ser uma época de alegria em que a pessoa pode aproveitar a vida (ou de uma mudança com tranquilidade no caso de desemprego)
ou pode ser uma época de sofrimento e falta de recursos, que pode levar
qualquer um ao desespero.
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A ideia é justa e correta.
ResponderExcluirMas em tempos de grande dificuldade na economia e carestia absurda, é muito difícil sobrar muita coisa pra poupar.
Nesse país, ou poucos que podem se dar ao luxo de viver de rentismo são os de classe-média alta, possivelmente herdeiros de bens e patrimônios da família, que não dependem tanto do próprio trabalho. .
O Brasil é um dos poucos casos do mundo em que a cigarra trabalha como a formiga, e a formiga passa necessidade como a cigarra.