A crise já fez sua primeira vítima mais forte nos entes
federativos brasileiros, o estado do Rio Grande do Sul não teve dinheiro para
pagar o salário de seus servidores este mês, por isso atrasou este pagamento.
Com isso, policiais, médicos, professores e muitos outros ficariam sem salário
e ameaçavam, justamente, uma greve que pararia o estado.
Para evitar isto, o governo gaúcho deixou de pagar sua
dívida com a União e quitou os salários atrasados. Todavia, como consequência
deste não pagamento da dívida, a União pode bloquear o dinheiro do estado e não
repassar o dinheiro que o Rio Grande do Sul receberia dela. Ou seja, o governo
gaúcho poderá ficar em pior situação no mês que vem, com menos dinheiro para
pagar suas contas, incluindo os salários de seus servidores.
O que acontece com o Rio Grande do Sul é o mesmo que
acontece com o governo federal e o mesmo que aconteceria com qualquer pessoa
que gasta mais do que ganha: falta de dinheiro e dívidas. Por isso, o ajuste
fiscal é tão importante, é essencial que o governo federal, na verdade qualquer governo, gaste menos do que arrecada, pois,
caso contrário, em pouco tempo, ele não terá dinheiro para pagar
suas contas, incluindo salários de servidores e aposentados, sendo necessário
aumentar impostos em um país que a população já paga imposto demais ou fazer
algo que só ele pode fazer (os governos estaduais e a pessoa comum não tem esse
privilégio), imprimir dinheiro.
No entanto, esta terceira hipótese seria extremamente
maléfica para o país, pois geraria mais inflação, descontrolando de vez o
dragão e levando o Brasil de volta para a década de 80. Então, a única solução
que ainda pode salvar o país é o ajuste, é fazer o governo gastar menos, adequando suas
despesas ao que ganha. Mas, nossos políticos, incluindo membros do executivo e
legislativo, são muito populistas e têm uma dificuldade enorme em cortar
gastos e continuam a aumentar despesas, mesmo na situação complicada em
que o país se encontra, sem dinheiro e endividado.
Infelizmente, se as coisas não mudarem, o futuro
brasileiro será sombrio no curto prazo. O governo tem que adequar seus gastos
para que o país possa retornar ao caminho de um crescimento sustentável. O
problema, como já dito anteriormente, é que pelo perfil de nossos políticos,
vai ser muito difícil isso acontecer antes de uma crise mais grave e mais longa
do que a que estamos.
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