Há muito tempo, existia uma pequena vila no meio do nada,
muito pobre e isolada. Nesta sociedade, todos os habitantes viviam da
agricultura e ganhavam muito pouco com isso, não existia um gerador de riquezas sequer. Um determinado dia, um milionário
chegou à vila e se estabeleceu nela. Como lá só havia casas bem humildes, o
novo morador precisou construir um local compatível com seus bens para viver e, como aquele lugar era
muito isolado, contratou os próprios moradores da cidade para essa empreitada,
gerando uma renda extra para eles, riqueza que antes não existia
naquele canto do mundo.
Depois de estabelecido na vila, o gerador de riquezas
precisava de faxineira, cozinheira, jardineiro e uma série de empregados para
ajudá-lo. Com isso, muitos moradores locais foram empregados e aumentaram sua
renda mensal. O milionário também não plantava sua comida e precisava comer,
seus empregados também não tinham mais tempo para a agricultura, mas tinham
dinheiro para gastar. Assim, um morador, vendo esta oportunidade, abriu um
mercado e passou a vender comida e outros produtos para os habitantes da
pequena vila. Da mesma maneira, outro morador percebeu que o gerador de
riquezas, seus empregados, o dono do mercado e seus empregados não iam costurar
suas próprias roupas como a população do lugar fazia antes e criou uma pequena
confecção e uma loja de roupas, empregando mais gente. Continuando este ciclo
de geração e distribuição natural de riquezas. Em algum tempo a pequena vila se
tornou rica.
Os habitantes locais, querendo se organizar e tornar o lugar
melhor para se viver e com mais condições de crescer, criaram um governo. No
começo cobrando um pequeno imposto de cada morador para melhorar a cidade. Com
o tempo, o governo foi se intrometendo cada vez mais na vida das pessoas e na
economia local, gastando, gastando e gastando sempre mais, e, como não gerava
nenhuma riqueza, tinha que pegar este dinheiro, via impostos, dos habitantes da
vila. Um certo dia, a administração da vila estava quebrada, gastava muito mais
dinheiro do que arrecadava e já cobrava impostos demais de seus cidadãos.
Então, o chefe local teve a ideia de cobrar do milionário (que já pagava muitos
impostos como os demais moradores) um imposto extra, alegando que ele era muito
rico e este dinheiro tinha que ser distribuído com o restante da sociedade.
O milionário, tomando ciência da situação, decidiu pegar seu
patrimônio e sua capacidade de gerar riquezas futuras e ir para outra cidade
mais desenvolvida e que ele teria uma qualidade de vida bem melhor. O gerador
de riquezas gostava muito de morar na pequena vila, mas não poderia deixar de
viver em um lugar melhor, pagando menos impostos, enquanto o governo da vila queria
tirar seu patrimônio. Desta forma, o novo lar do gerador de riquezas ficou mais
rico ainda e a pequena vila voltou para pobreza. Todos o moradores que
dependiam direta ou indiretamente do milionário perderam seus empregos, em
crise, o comércio local praticamente faliu e pequena vila voltou a ser o que
era antes da chegada do gerador de riquezas, bem pobre.
Alguns pontos importantes podem ser tirados da ficção acima:
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Economia não é um jogo de soma zero, se X é rico, Y não
precisa ser pobre, os dois podem ser ricos, como os dois podem ser pobres, não existe uma riqueza única que deve ser compartilhada por todos.
Economia é um jogo de geração de riquezas, quanto mais um ou mais indivíduos
gerarem riquezas, mais rica será a sociedade em que vivem.
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A partir da observação acima, é possível notar que
desigualdade social e concentração de renda não são um problema por si só. O
problema é a pobreza e a miséria da população ou parte dela. A vila do texto
acima tinha igualdade sem concentração de renda e era pobre, depois passou a
ter desigualdade e concentração de renda, mas ficou rica. Exemplificando
melhor, se existissem duas sociedades, A e B e as duas contassem com dois
habitantes cada. Em A cada habitante ganhasse R$ 1.000,00 por mês, uma
sociedade com igualdade social e sem concentração de renda. Já em B, um
habitante ganhasse R$ 100 mil e outro R$ 10 milhões por mês, alta desigualdade
e alta concentração de renda. Em que sociedade você acha que os habitantes
viveriam melhor?
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No mundo atual, uma pessoa muito rica tem facilidade de se
mudar levando seu patrimônio e sua capacidade de gerar riquezas num piscar de
olhos. Um imposto que incomode muito um gerador de riquezas pode trazer mais
pobreza do que riqueza para sociedade, incluindo uma diminuição enorme na base
pagadora de impostos.
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Um lugar que “expulsa” os geradores de riqueza tende a ficar
mais pobre.
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Normalmente quando o governo se intromete muito na vida das
pessoas e na economia atrapalha mais do que ajuda.
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